Paulo Chimendes — A travessia do tempo

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul — MARGS, instituição da Secretaria de Estado da Cultura do RS — Sedac, apresenta a exposição “Paulo Chimendes — A travessia do tempo”.

Com inauguração no dia 18.10.2025, às 10h30, em evento aberto ao público, a mostra segue em exibição até 04.01.2026 no 2º andar (Galeria Superior 1).

“A travessia do tempo” é uma homenagem que celebra a trajetória de Paulo Chimendes (Rosário do Sul/RS, 1953). A exposição oferece um panorama da ampla produção desenvolvida pelo artista desde os anos 1970, focalizando alguns dos segmentos mais notabilizados de sua diversificada obra. São apresentados mais de 60 trabalhos, em sua maioria provenientes da coleção do próprio artista, juntamente a itens que integram o Acervo Artístico do MARGS.

Chimendes produz com desenvoltura entre desenho, gravura e pintura, pesquisando e explorando questões artísticas e expressivas vinculadas aos processos técnicos e criativos baseados nesses meios e linguagens. Sua obra transita entre a figuração e a abstração, pautando-se por uma reflexão própria sobre a relação com o mundo e o cotidiano, a partir de uma visão social e de caráter crítico sobre a condição do indivíduo frente à sociedade e sobre o universo urbano no contexto da expansão das cidades.

Paulinho – como é carinhosamente conhecido no meio artístico – chegou a Porto Alegre em 1961, acompanhando a mudança da família. Destacado como jovem artista ainda nos anos 1970, com inúmeros prêmios e participações em salões de arte, tem a sua trajetória estritamente relacionada ao aprendizado e às experiências a partir do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, onde ingressou aos 12 anos, em 1966, quando ainda funcionava no segundo andar do Mercado Público. Nesse ambiente, foi estimulado pelas lições e convívio com importantes professores e colegas, que figuram como nomes da história da arte sul-rio- grandense, a exemplo de artistas como Paulo Peres, Danúbio Gonçalves, Armando Almeida, Francisco Stockinger, Paulo Porcella, Clébio Sória, Vasco Prado e Fernando Baril.

O artista também tem a sua trajetória marcada pela atuação de décadas como técnico impressor de gravura, tendo colaborado com diversos outros artistas, como Alice Soares, Léo Dexheimer, Clara Pechansky e Mabel Fontana. Nesse trabalho, destaca-se o seu envolvimento com o MAM Atelier de Litografia de Porto Alegre, criado nos anos 1980 pelas artistas Maria Tomaselli, Anico Herskovits e Marta Loguercio, onde atuou junto a elas e a inúmeros outros artistas, entre os quais nomes como Iberê Camargo, Francisco Stockinger e Vasco Prado. Após essa experiência no MAM, Chimendes seguiria atuando no ambiente coletivo da produção gráfica gaúcha, envolvendo-se com a Oficina 11 – Atelier de Litografia e Gravura em Metal, com o Núcleo de Gravuras do Rio Grande do Sul e com o Museu do Trabalho, onde até a enchente de 2024 era o técnico responsável pela oficina de litografia (tipo de gravura impressa a partir de matriz em pedra).

Essa sua atuação como técnico impressor configura um processo colaborativo com diferentes gerações de artistas visuais, que ultrapassa a dimensão operacional da impressão e envolve uma pesquisa constante sobre materiais e soluções formais capazes de viabilizar a realização das obras. Essa prática, ao mesmo tempo técnica e investigativa, abre espaço para pensar a gravura como um campo de autoria compartilhada, no qual o gesto do impressor participa da construção estética das obras, mesmo em uma linguagem artística tradicional.

Nesse sentido, tanto pela produção artística quanto pela atuação como técnico impressor, Chimendes tem uma trajetória pessoal que atravessa diferentes períodos, círculos e interesses artísticos, destacando-o pelo modo como herda e processa a tradição sul-rio-grandense das artes gráficas, transmitindo-a e perpetuando-a.

Já a relação de Chimendes com o MARGS remonta a 1976, ano em que participa pela primeira vez de uma exposição coletiva no Museu e tem sua primeira obra incorporada ao acervo. Ao longo desses 50 anos, passaria a estar representado por 45 obras na coleção, além de participar de 26 mostras coletivas e de inúmeras atividades de formação de público. Em 2022, sua trajetória foi tema de um dos documentários da série “Acervo MARGS”, que homenageia artistas que integram o acervo do Museu. No entanto, até aqui Chimendes havia tido apenas uma única mostra individual no MARGS, em 1989, centrada, porém, em uma série de aquarelas recentes à época. 

Considerando esse histórico institucional e a trajetória do artista, “A travessia do tempo” é organizada como a primeira exposição de abordagem panorâmica e retrospectiva sobre a produção de Chimendes a ser realizada e apresentada pelo MARGS. 

Desse modo, a mostra integra dois programas expositivos do Museu que são interligados. Um deles é “História do MARGS como história das exposições”, que trabalha a memória da instituição abordando a história do Museu, as obras e a constituição do acervo e a trajetória e a produção de artistas que nele expuseram, a partir de projetos curatoriais que assinalam episódios, eventos e exposições emblemáticas do passado do MARGS, de modo a compreender sua inserção e recepção públicas. O outro é “Histórias ausentes”, voltado a projetos de resgate, memória e reconsideração histórica que procuram conferir visibilidade e legibilidade a manifestações e narrativas artísticas, destacando trajetórias, atuações e produções artísticas, em especial àquelas não plenamente visibilizadas no sistema da arte e/ou pelos discursos dominantes da historiografia.

“A travessia do tempo” é resultado de mais de um ano de diálogo entre Chimendes e a equipe do Museu envolvida. A curadoria é de Francisco Dalcol, diretor-curador do MARGS, e Cristina Barros, curadora-assistente, dando sequência a um conjunto de exposições monográficas inéditas de artistas que integram o acervo. A exposição também conta com texto de apresentação sobre Chimendes escrito pela artista e amiga Maria Tomaselli.

O MARGS é uma instituição da Secretaria de Estado da Cultura do RS. O plano de recuperação, exposições e atividades educativas do Museu conta com patrocínio direto do Banrisul e com patrocínios via Lei de Incentivo à Cultura Federal do Santander, da Hyundai e da EDP.

 

SERVIÇO

Exposição “Paulo Chimendes — A travessia do tempo”

Quando: inauguração dia 18.10.2025, às 10h30, em evento aberto ao público. A exposição segue em exibição até 04.01.2026

Onde: 2º andar expositivo do MARGS. Praça da Alfândega, s/n°, Centro Histórico de Porto Alegre, RS – Brasil – 90010-150

Visitação: terça-feira a domingo, das 10h às 19h (último acesso 18h), com entrada gratuita. O MARGS oferece visitas mediadas para grupos e escolas, mediante agendamento prévio pelo e-mail educativo@margs.rs.gov.br 

 

 

MARGS | MUSEU DE ARTE DO RIO GRANDE DO SUL 

Instituição museológica pública, da Secretaria de Estado da Cultura do RS, voltada à história da arte e à memória artística, assim como às manifestações, linguagens, investigações, pesquisas e produções em artes visuais. O MARGS realiza seus projetos por meio de patrocínios como pela Lei de Incentivo à Cultura Federal.  O plano de recuperação do Museu conta com o PLANO BIANUAL MARGS 2025-2026, gerido pela Associação de Amigos do Museu (AAMARGS) e identificado pelo PRONAC: 247296.

Patrocínio direto:

Banrisul

Patrocínio:

Santander

EDP

Hyundai

Apoio:

Farol Santander

Tintas Renner

iSend

Café do MARGS

Banca do Livro

Arteplantas

Realização:

AAMARGS – Associação dos Amigos do Museu de Arte do Rio Grande do Sul 

MARGS – Museu de Arte do Rio Grande do Sul 

SEDAC – Secretaria de Estado da Cultura do RS / Governo do Estado do Rio Grande do Sul

MINC – Ministério da Cultura

MARGS

Praça da Alfândega, s/n°

Centro Histórico, Porto Alegre/RS, Brasil, CEP 90010-150

Visitação de terça a domingo, 10h às 19h (último acesso 18h), entrada gratuita

Telefone: +55 (51) 3286-2597

Site: www.margs.rs.gov.br

Facebook: https://www.facebook.com/museumargs

Instagram: www.instagram.com/museumargs

Apoio e Realização