Leandro Machado — Hospícios e balneários [é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança]

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul — MARGS, instituição da Secretaria de Estado da Cultura do RS — Sedac, apresenta a exposição “Leandro Machado — Hospícios e balneários [é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança]”.

A inauguração será no dia 12.07.2025, às 10h30, em evento que marca também a reabertura do 2º andar do Museu.

Contemplando um panorama da produção de Leandro Machado (Porto Alegre, 1970), esta é a primeira exposição dedicada a uma compreensão mais ampla de sua trajetória e produção, sendo também a sua primeira mostra individual apresentada pelo MARGS. Assim, a seleção de obras abrange desde o início de sua atuação nos anos 1990 até o presente, incluindo peças que integram o acervo do Museu, entre as quais aquisições recentes que serão apresentadas pela primeira vez, como parte do processo de recuperação do acervo após a enchente de 2024.

A exposição tem curadoria do diretor do MARGS, Francisco Dalcol, e da curadora-assistente do Museu, Cristina Barros, com produção e preparação de obras de José Eckert, do Núcleo de Curadoria, e envolvimento de todos os setores do Museu.

O MARGS é uma instituição da Secretaria de Estado da Cultura do RS. O plano de recuperação, exposições e atividades educativas do Museu conta com patrocínio direto do Banrisul e com patrocínios via Lei de Incentivo à Cultura Federal do Santander, da Hyundai e da EDP.

 

O ARTISTA E A EXPOSIÇÃO

Leandro Machado desenvolve sua obra transitando entre pintura, desenho, objeto, colagem, fotografia, procedimentos gráficos, apropriação, escrita, som, performance e intervenção, além de empregar a experiência do andar e do deslocamento como expediente artístico. Nessa prática e produção diversificadas, seus trabalhos reverberam temas e questões que encontram um sentido mais amplo de urgência política. Seja a partir da condição de “negro artista” e da reflexão sobre sua ancestralidade, seja pela leitura crítica dos sistemas de poder e das relações de desigualdade social-racial. Para o título da exposição, o artista evocou o conhecido provérbio africano: “é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança”.

Trabalhos notórios dessa vertente são o projeto “Lojas africanas”, que se desdobra em diferentes e diversificadas obras e proposições; e também a série de pinturas “Henê”, na qual emprega como tinta o produto cosmético utilizado para alisar os cabelos e tingi-los de preto; além da série de monotipias “Termogravuras”, realizadas com ferro de passar a brasa, em uma espécie de performance ritualística, emulando, em seu processo, a memória do trabalho escravo, e, na estruturação visual que resulta, a chaga dos navios do tráfico afro-atlântico de escravizados.

Com formação em Artes Visuais pela UFRGS, Leandro Machado também tem licenciatura em Educação Artística pela mesma instituição e especialização em Saúde Mental pela Escola de Saúde Pública do RS, na qual o Hospital Psiquiátrico São Pedro esteve como campo de formação durante o período de residência. Desde 1998 atuando com regularidade de exposições, tem ganhado em anos recentes maior alcance de reconhecimento, com obras presentes em coleções e participações em importantes exposições no Brasil que discutem e refletem sobre a produção e a condição de artistas afro-brasileiros no contexto da herança da diáspora africana e das consequências da escravidão no país. 

Considerando sua trajetória e produção, a exposição “Leandro Machado — Hospícios e balneários” integra no MARGS dois programas expositivos do Museu, que são aqui interligados. Um é “Histórias ausentes”, voltado a projetos de resgate, memória e reconsideração histórica que procuram conferir visibilidade e legibilidade a manifestações e narrativas artísticas, destacando trajetórias, atuações e produções artísticas, em especial àquelas não plenamente visibilizadas no sistema da arte e/ou pelos discursos dominantes da historiografia. O outro é o programa “Poéticas do agora”, que destaca artistas com produção atual cujas pesquisas recentes em poéticas visuais têm se mostrado promissoras e relevantes no campo artístico contemporâneo, tendo por objetivo valorizar produções em poéticas visuais artísticas que investem na pesquisa e experimentação de linguagem, bem como na transdisciplinaridade dos meios, operações e procedimentos.

Já programada antes da enchente de 2024, esta exposição acontece também agora como parte do processo de recuperação do acervo após os danos da inundação parcial do térreo do Museu. A sua obra “Grabilão” é a que se concluiu até aqui ser dada como não restaurável. Isso em razão da desintegração material por efeito da ação da água e umidade no papel que a constituía, e também por ser considerada pelo artista como não passível de refeitura por conta das características efêmeras e transitórias que envolvem a sua concepção e processo de realização (cartazes de propaganda colados em tapumes e retirados).

Diante disso e estabelecendo interlocução com Leandro Machado, o Museu passou a tratar de possibilidades de reposição, mediante aquisição de outras obras suas. Nesse processo, chegou-se à definição de 3 trabalhos representativos da sua trajetória e significativos da inserção pública e relevância da sua produção. Eles foram então adquiridos por meio de compra através da Associação de Amigos do Museu — AAMARGS e são agora apresentados pela primeira vez por ocasião de sua exposição individual no MARGS.

 

SERVIÇO

Exposição “Leandro Machado — Hospícios e balneários [é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança]”

Quando: inauguração dia 12.07.2025, às 10h30, em evento aberto ao público que marca também a reabertura do 2º andar com a nova reserva técnica visível do MARGS. A exposição segue em exibição até 05.10.2025.

Onde: 2º andar expositivo do MARGS. Praça da Alfândega, s/n°, Centro Histórico de Porto Alegre, RS – Brasil – 90010-150

Visitação: terça-feira a domingo, das 10h às 19h (último acesso 18h), com entrada gratuita. O MARGS oferece visitas mediadas para grupos e escolas, mediante agendamento prévio pelo e-mail educativo@margs.rs.gov.br

Contato imprensa: Núcleo de Comunicação e Design do MARGS

comunicacao@margs.rs.gov.br margsmuseu@gmail.com 

 

 

MARGS | MUSEU DE ARTE DO RIO GRANDE DO SUL 

Instituição museológica pública, da Secretaria de Estado da Cultura do RS, voltada à história da arte e à memória artística, assim como às manifestações, linguagens, investigações, pesquisas e produções em artes visuais. O MARGS realiza seus projetos por meio de patrocínios como pela Lei de Incentivo à Cultura Federal.  O plano de recuperação do Museu conta com o PLANO BIANUAL MARGS 2025-2026, gerido pela Associação de Amigos do Museu (AAMARGS) e identificado pelo PRONAC: 247296.

Patrocínio direto:

Banrisul

Patrocínio:

Santander

EDP

Hyundai

Apoio:

Tintas Renner

iSend

Café do MARGS

Banca do Livro

Arteplantas

Realização:

AAMARGS – Associação dos Amigos do Museu de Arte do Rio Grande do Sul 

MARGS – Museu de Arte do Rio Grande do Sul 

SEDAC – Secretaria de Estado da Cultura do RS / Governo do Estado do Rio Grande do Sul

MINC – Ministério da Cultura

MARGS

Praça da Alfândega, s/n°

Centro Histórico, Porto Alegre/RS, Brasil, CEP 90010-150

Visitação de terça a domingo, 10h às 19h (último acesso 18h), entrada gratuita

Telefone: +55 (51) 3286-2597

Site: www.margs.rs.gov.br

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Instagram: www.instagram.com/museumargs

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