Obras do Acervo do MARGS participam de exposição sobre modernismo no Sesc 24 de Maio em São Paulo

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), instituição da Secretaria de Estado da Cultura do RS (Sedac), participa com obras de seu Acervo Artístico de exposição no Sesc 24 de Maio, em São Paulo.

Intitulada “Raio-que-o-parta: ficções do moderno no Brasil”, a mostra procura refletir sobre a noção de “arte moderna” no Brasil para além da década de 1920 e do protagonismo muitas vezes atribuído pela história da arte a São Paulo. 

Para tal, são reunidas obras de um arco temporal que vai do final do século XIX a meados do século XX, além da essencial presença de artistas que desenvolveram suas pesquisas em diversos estados brasileiros, incluindo o Rio Grande do Sul.

O grupo de curadores responsáveis pela exposição (confira mais abaixo) também contempla diferentes geografias e regiões do Brasil, incluindo o Rio Grande do Sul com a participação da pesquisadora e professora Paula Ramos, do Instituto de Artes da UFRGS.

Em exibição até 7 de agosto de 2022, “Raio que o parta” integra o projeto Diversos 22, do Sesc São Paulo, que celebra o centenário da Semana de Arte Moderna e o bicentenário da Independência — ambos celebrados em 2022 —, refletindo criticamente sobre as diversas narrativas de construção e projeção de um Brasil.

Na exposição, são apresentadas cerca de 600 obras de 200 artistas, como Lídia Baís, Mestre Zumba, Genaro de Carvalho, Anita Malfatti, Tomie Ohtake, Raimundo Cela, Pagu, Alberto da Veiga Guignard, Rubem Valentim, Tarsila do Amaral, Mestre Vitalino, dentre outros.

Nesse conjunto, estão incluídas 5 obras do Acervo Artístico do MARGS (confira abaixo). A Política de Empréstimos de obras e itens dos Acervos Artístico e Documental do MARGS para outras instituições tem por objetivos: ampliar o acesso aos Acervos, alcançar novos públicos e contribuir para exposições e programas públicos de qualidade no Brasil e no exterior.

Mário Cravo (Salvador/BA, 1923 – Salvador/BA, 2018)
“Exu”, 1955
Pedra sabão, 33,8 x 36 x 40 cm
Acervo MARGS, aquisição por compra, 1955

 

Fernando Corona (Santander/Espanha, 1895 – Porto Alegre/RS, 1979)
“Inca”, 1954
Bronze polido, 45,6 x 19,2 x 22,5 cm
Acervo MARGS, aquisição por compra, 1955

 

Glênio Bianchetti
(Bagé/RS, 1928 – Brasília/DF, 2014)
“Jogo do osso”, 1955
Linóleo, 34 x 48,5 (20 x 30) cm
Acervo MARGS, aquisição através de Prêmio Aquisição no Concurso de Gravura da SEC, 1956 

 

Carlos Scliar (Santa Maria/RS, 1920 – Rio de Janeiro/RJ, 2001
“Estância: Sesta II”, 1954
Linóleo e pochoir, 33 x 47.5 (28.4 x 43) cm
Acervo MARGS, aquisição por transferência da Biblioteca Pública do Estado RS, 1956 

 

Vasco Prado
(Uruguaiana/RS, 1914 – Porto Alegre/RS, 1998)
Reprodução póstuma de “Gaúcho”, 2001
Bronze patinado, 108 x 33 x 28 cm
Acervo MARGS, aquisição por doação de Justo Werlang e Jorge Gerdau Johannpeter, s.d. 

 

SAIBA MAIS SOBRE A EXPOSIÇÃO

O título da exposição, “Raio que o parta”, é inspirado em antigas casas de Belém do Pará, com fachadas elaboradas pela justaposição de azulejos quebrados, formando desenhos geométricos angulados e coloridos. Conhecido como “raio que o parta”, este estilo arquitetônico foi influenciado pelo modernismo nas artes plásticas, em uma busca por superação dos modelos neocolonial e eclético, vistos pela elite paraense como ultrapassados. O modismo deste novo estilo não se restringiu às elites locais, sendo logo apropriado por outras camadas da sociedade, que popularizaram a nova arquitetura pelos bairros de Belém do Pará, a partir da década de 1950.

Ao articular a noção de modernidade com o território brasileiro, a exposição Raio-que-o-parta: ficções do moderno no Brasil pretende repensar a centralidade desse evento que ficou marcado na escrita da história da arte no país, a partir de uma ampliação não apenas cronológica, mas também geográfica. Trata-se de um projeto que visa dar prosseguimento ao reconhecimento da importância do movimento modernista de São Paulo e, ao mesmo tempo, mostrar ao público que arte moderna já era discutida por muitos artistas, intelectuais e instituições de Norte a Sul do país, desde o final do século XIX, perdurando esse debate até o final da primeira metade do século XX.

A intenção da exposição é dar atenção aos diversos tipos de linguagens e formas de criar e compartilhar imagens nesse período. Para além das linguagens das belas-artes (desenho, pintura, escultura e arquitetura), o projeto traz exemplos importantes de fotografia, do cinema, das revistas ilustradas e de documentação de ações efêmeras, essenciais para ampliar a compreensão das muitas modernidades presentes no Brasil. O projeto surge a partir do trabalho de sete pesquisadores, dedicados a diferentes regiões do país, que têm larga experiência em discussões a respeito da arte moderna na interseção entre o local e o nacional. A partir dessas pesquisas, suas múltiplas vozes e interesses, a exposição será dividida em núcleos baseados em tópicos constantes a esse período histórico no Brasil, os quais serão apresentados ao público de forma didática. A intenção é levar ao público a certeza de que a noção de Arte Moderna, no Brasil, é tão diversa quanto as múltiplas culturas, sotaques e narrativas que compõem um país de dimensão continental.

Raio-que-o-parta: ficções do moderno no Brasil

Onde: 5º andar do Sesc 24 de Maio (Rua 24 de Maio, 109 – República, São Paulo – SP)

Visitação: 16.02 a 07.08.2022, terça a sábado, das 10h às 20h, domingo e feriado, das 10h às 18h

Curadoria: Aldrin Figueiredo, Clarissa Diniz, Divino Sobral, Marcelo Campos, Paula Ramos e Raphael Fonseca

Curadoria-geral: Raphael Fonseca

Curadores-assistentes: Breno de Faria, Ludimilla Fonseca e Renato Menezes

Consultoria: Fernanda Pitta

Apoio e Realização