TERRAMAREAR – Maristela Salvatori

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli convida para a exposição “TERRAMAREAR”, de Maristela Salvatori com curadoria da historiadora e crítica de arte Paula Ramos. A abertura é 19 de dezembro (terça) na Pinacoteca do MARGS. A mostra apresenta uma antologia da artista, reunindo obras produzidas ao longo dos últimos 30 anos de carreira.
Entre os trabalhos mais recentes de Maristela Salvatori (Porto Alegre, RS, 1960), estão curiosas montagens fotográficas em impressão digital. Para os que acompanham a poética da artista, essas obras podem gerar surpresa. Afinal, Maristela é reconhecida por sua pesquisa calcada nos processos da gravura, sobretudo da gravura em metal, e o que temos são fotografias justapostas, formando uma estrutura de grade. Despretensiosos, esses trabalhos, desenvolvidos ao longo de 2012, apresentam temas e elementos que pautam a poética de Maristela, a saber: perspectivas acentuadas, fragmentos arquitetônicos, postes, luminárias e paredões evidenciando os cruzamentos de linhas e planos no espaço; eles também destacam as etapas de edição e de montagem, caras à artista, e são resultado de um processo de impressão, embora digital. Por fim, eles nos convidam a imaginar o que poderia estar no módulo em branco, invariavelmente centro das composições. A observação da obra da artista nos sugere que o branco das possibilidades, em sua posição nuclear, poderia estar reservado a uma imagem gravada; afinal, em trabalhos ligeiramente anteriores, Maristela fez o procedimento contrário: os módulos eram em monotipia e, em determinado ponto, inseriu uma imagem fotográfica, direcionando para a matriz de seu processo.
 
Fotografia e gravura andam juntas na mostra Terramarear, antologia que apresenta cerca de 120 trabalhos desenvolvidos ao longo dos últimos 30 anos. Das gravuras em metal dos anos 1980, pautadas em fotografias de familiares e amigos em momentos de lazer no litoral; passando pela série Viagem de rio (1993), decorrente de um percurso de 10 dias, em uma chata, ao longo do Rio São Francisco; chegando às cenas de hangares, cais, construções monumentais, silenciosas e abandonadas em cidades visitadas pela artista. Num diálogo com a paisagem, natural ou construída, figuras humanas foram retiradas, ruídos urbanos, excluídos, permanecendo a arquitetura, com seus planos, linhas, levezas e pesos no espaço. Nesse processo, talvez tão importante quanto a viagem física, que possibilitou o registro fotográfico e, por extensão, a produção dessas obras, está a viagem interna, que abriu a Maristela novas possibilidades de pensar a representação do espaço, o lugar do observador – e, por consequência, dela mesma – e a própria técnica da gravura, com suas múltiplas possibilidades.
 
Comentando a exposição e o título da mesma, a artista escreve: “Terramarear, neologismo resultante da justaposição de palavras, remete não apenas ao universo de muitos dos trabalhos aqui apresentados, como também ao seus recursos construtivos, uma vez que diversas obras decorrem da associação de diferentes recursos técnicos e modos de impressão; evoca também a ideia de deslocamento e – por que não? – de um ‘lançar-se’ ao inexplorado, ao misterioso. […] Há, por assim dizer, um deslocamento em círculos, com cenas marinhas e composições urbanas nas quais a fragmentação, a repetição, a serialização e o desdobramento são uma constante. Com inegável paixão pela gravura e pela fotografia, meus trabalhos partem e dialogam com essas duas linguagens, mesclando procedimentos tradicionais e tecnologias digitais; eles exibem, portanto, a matriz fotográfica, ao mesmo tempo em que revelam, em sua materialidade, os recursos da gravura e da monotipia em/sobre metal, bem como da manipulação digital. São impressões calcográficas e digitais nas quais, além de me apropriar de fotografias – ou aspectos destas –, trago a representação ou a alusão a lugares que me fascinam e cativam, seja devido a suas formas, seja pela carga de memória que evocam”.
 
A exposição pode ser visitada de 20 de dezembro a 11 de março de 2018, com entrada gratuita. Visitas mediadas podem ser agendadas no e-mail educativo@margs.rs.gov.br. O MARGS funciona de terças a domingos, das 10h às 19h.
 
A Artista
Maristela Salvatori é natural de Porto Alegre, é professora do Instituto de Artes da UFRGS, onde foi Coordenadora do PPGAV e, atualmente, Coordena a Galeria da Pinacoteca Barão de Santo Ângelo. Artista Residente, por dois anos, na Cité Internationale des Arts, anexo Montmartre, Paris, por ocasião de seu doutoramento em Arts et Sciences de L´Art, na Université Paris I, Panthéon – Sorbonne. Artist’s in Residence, por sete períodos, no Centro Frans Masereel, Kasterlee/Bélgica. Pós-doutorado, Estágio Sênior/CAPES, na Université Laval, Canadá. Líder do Grupo de Pesquisa Expressões do Múltiplo UFRGS/CNPq e Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq.
 
SERVIÇO
TERRAMAREAR – Maristela Salvatori
Curadoria de Paula Ramos
 
Quando
Abertura da exposição no dia 19 de dezembro de 2017, terça-feira, às 19h
Visitação de 20 de dezembro de 2017 a 11 de março de 2018
Terça a domingo, das 10h às 19h
 
Onde
Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli
Praça da Alfândega, s/n – Centro Histórico – Porto Alegre/RS
 
 
Realização
Secretaria de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer
Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli
 
Patrocínio
Banrisul
BRDE
 
Apoio
CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
PPGAV – Programa de Pós Graduação em Artes Visuais da UFRGS
FVCB – Fundação Vera Chaves Barcellos
Prefeitura de Porto Alegre
Pinacoteca Aldo Locatelli
Pinacoteca Instituto de Artes da UFRGS
Café do MARGS
Arteplantas
Celulose Riograndense
Associação dos Amigos do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli
 
Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli
Localização: Praça da Alfândega, s./n.
Centro Histórico, Porto Alegre, RS
Telefone: 32272311
Entrada Franca
Site: www.margs.rs.gov.br
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Apoio e Realização