Exposição Sou Pintor Porque Não Estou Contigo

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul apresenta a exposição Sou Pintor Porque Não Estou Contigo do artista Sergio Stein, com curadoria de Ana Zavadil. A abertura será no dia 28 de junho de 2018, às 19h, na Sala Iberê Camargo, no segundo andar do museu.

A exposição é composta por 28 telas em pintura à óleo e, segundo a curadora: “Por um lado, a técnica utilizada na acumulação das camadas de tinta e na mistura de cores às vezes é tão intensa e com texturas tão salientes que a altura dos relevos é surpreendente; por outro lado, os assuntos abordados lembram pequenas crônicas do cotidiano, em que o próprio artista é o ator principal.”

Sergio Stein dedica-se a pintar em seu ateliê, vive isolado e transmuta a sua vida e os fatos à sua volta em pinturas bonitas, sensíveis e de muita gestualidade. A quantidade de tinta parece representar os sentimentos que estão dentro dele e que vão sendo transpostos para a tela em grossas pinceladas.

A exposição pode ser visitada de terças a domingos, das 10h às 19h, com entrada gratuita. Visitas mediadas podem ser agendadas pelo e-mail educativo@margs.rs.gov.br.

 

 

Crônicas do Cotidiano: as pinturas de Sergio Stein

 

As pinturas de Sergio Stein podem fazer com que o espectador sinta ao mesmo tempo uma sensação de acolhimento e uma inquietante estranheza. A densidade de massa pictórica clama por uma experiência sensitiva, já que as obras suscitam o desejo de serem tocadas. As pinturas apresentam uma característica particular, devido ao excesso de informações, que tem como propósito não deixar os olhos descansarem. Eles vão de um nicho de cor ao outro até encontrar a cena principal de cada tela, em que as figuras não respeitam regras elementares de composição e perspectiva ou estão envolvidas por uma linha de contorno, estabelecendo relações com uma arte ingênua e não acadêmica. O personagem central conta pequenas histórias em cada tela, que vão do drama à ironia e revelam o pensamento de Stein.

O gosto pelo uso abundante de tinta em grossas camadas aponta para a pintura matérica, que remete ao nome do maior ícone da pintura gaúcha – Iberê Camargo. É imediata a ligação quando se trata da materialidade, mas é só em relação a esse aspecto que se pode pensar nessa semelhança.

Por um lado, a técnica utilizada na acumulação das camadas de tinta e na mistura de cores às vezes é tão intensa e com texturas tão salientes que a altura dos relevos é surpreendente; por outro lado, os assuntos abordados lembram pequenas crônicas do cotidiano, em que o próprio artista é o ator principal.

Olhar simplesmente as pinturas em uma passagem mais rápida não desvela a magia contida na obra. Contudo, aqueles que se sentem atraídos e dedicam um tempo precioso na fruição, perceberão a linguagem própria e encantadora do artista.

As pinturas-crônicas remetem à sua história particular, pois, geralmente por meio de pequenas séries de três ou quatro trabalhos, descortinam experiências, boas ou más, vivenciadas pelo artista. A questão que permeia a sua obra é uma mistura do moderno-contemporâneo, em que se pode visitar narrativas ou questões políticas e sociais da atualidade que aparecem nas pinturas mais recentes. Um dado importante sobre outro aspecto de sua obra são as pinturas que registram sua passagem por outros lugares, como Rio de Janeiro, Bahia e Israel. Elas se tornaram memória para a sua retina e voltaram em rolos significativos, visto que Stein é compulsivo no seu fazer.

A exposição é apenas um recorte dentre as mais de 100 telas pintadas desde os anos de 1970. Os desenhos são em número ainda maior e em função disso é praticamente impossível mostrar todos eles em apenas uma exposição.

Sergio Stein dedica-se a pintar em seu ateliê, vive isolado e transmuta a sua vida e os fatos à sua volta em pinturas bonitas, sensíveis e de muita gestualidade. A quantidade de tinta parece representar os sentimentos que estão dentro dele e que vão sendo transpostos para a tela em grossas pinceladas.

Stein possui o poder de fundir a dimensão estética com uma temática. A clara certeza intelectual que caracteriza suas pinturas leva o espectador a um debate fundamental sobre possíveis níveis de significado e conteúdo. Todas as questões que o artista discutiu e explorou durante o processo de criação propõe que a pintura deve ser entendida como pergunta e resposta dentro do processo cognitivo.

Possuído por uma obra que explora o lado mais distante do que é possível na pintura, ou seja, inesgotável, sistemática, irônica, consistente e aparentemente casual, ele pousa no alvo. As obras de Stein são surpreendentes, não só em relação à simultaneidade e à qualidade de investigação, mas também ao aperfeiçoamento sistemático de ideias que vão surgindo.

O artista empreende em suas pinturas um ato de equilíbrio artístico, pois a forma ambígua que desafia qualquer conclusão mais apressada da temática permanece aberta, dinâmica e flexível em sua interpretação.

As obras são repetidamente capazes de evocar sentimentos no público, proporcionando um nível de compreensão que muitas vezes as palavras não conseguem expressar.

O recorte utilizado a partir dessas obras que marcam a sua primeira exposição individual trata de pinturas que podem ser lidas não como mensagens unidimensionais simplistas, mas como sentimento de experiência e tempo de percepção.

Ana Zavaldil

 

 

Sergio Stein – Porto Alegre/ RS, 1946

É formado em Arquitetura, mas sempre desenvolveu sua atividade no universo da Arte. Por muito tempo viajou por vários países onde morou e frequentou seus ambientes artísticos, tais como França, Alemanha, Espanha e Portugal. Retorna a Porto Alegre em 2006 e desde lá, de maneira reclusa, dedica-se quase que integralmente a sua pintura. Pintor, Cenógrafo, compositor, ator e diretor de peças teatrais. Expôs recentemente no Museu de Arte Contemporânea do RS nas exposições Paisagens em Dois Tons e Insulares, ambas com a curadoria de Ana Zavadil.

 

 

SERVIÇO

Sou Pintor Porque Não Estou Contigo

Curadoria: Ana Zavadil

Abertura: 28 de junho de 2018, quinta-feira, às 19h.

Visitação: de 29 de junho a 12 de agosto de 2018. De terças a domingos, das 10h às 19h.

Local: Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), Sala Iberê Camargo

ENTRADA FRANCA

 

 

Realização

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Governo do Estado do Rio Grande do Sul

Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli

 

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