Exposição de não-objetos com obras do acervo do MARGS

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli apresenta “Obra Desintegrada” ̶  exposição coletiva, com curadoria de Mélodi Ferrari. A mostra, com obras do acervo do MARGS, tem abertura dia 4 de dezembro na galeria Aldo Locatelli e pode ser visitada até 7 de abril de 2019. Visitas mediadas podem ser agendadas com o Núcleo Educativo do MARGS, pelo e-mail educativo@margs.rs.gov.br.  O MARGS funciona de terças a domingos, das 10h às 19h, sempre com entrada gratuita.

 

Apresentação

O quadro foi, desde o Renascimento, o espaço onde o artista criava, construindo cenas de paisagens, retratos e batalhas em perspectiva que beiravam o real. As vanguardas históricas, principalmente o cubismo, levaram à desintegração desse espaço. A partir dessa tendência abstratizante, artistas de diferentes lugares passaram a repensar a função da linguagem pictórica na arte: Maliêvitch propôs a eliminação total da figuração ao pintar branco sobre tela branca; Mondrian, quando retirou a figura e reorganizou o espaço bidimensional com linhas de cor, fez do quadro o objeto da própria pintura. Portanto, essa influência obteve diversos desdobramentos, tanto em caráter artístico, quanto teórico.

Em 1963, Donald Judd irá escrever a Teoria do Objeto Específico, que muitos historiadores  consideram o “manifesto” do minimalismo. Nele, o autor propõe uma nova categoria de objeto, que não seria nem escultura, nem pintura, o foco era justamente esse limiar – no qual as dimensões da tela e a base escultórica tradicional eram consideradas ultrapassadas – o objeto artístico, representado como o mínimo fundamental, não utilitário e não figurativo, funcionaria como um dispositivo que se transforma dependendo da percepção do espectador.

Pensando no contexto brasileiro e tendo esse panorama em ebulição, Ferreira Gullar escreve em 1959 a Teoria do Não-Objeto. Para o autor“o não-objeto não é um antiobjeto, mas um objeto especial em que se pretende realizada a síntese de experiências sensoriais e mentais”. Nesse mesmo período, Lygia Clark fez diversas experiências espaciais e transformações pictóricas, como por exemplo na obra Ovo Linear (1958) – na qual a artista cria uma moldura com a própria pintura e a vaza propositalmente – esses experimentos  foram o início do processo de desintegração do quadro, premissas do movimento neoconcreto brasileiro.

Assim, a exposição Obra Desintegrada busca, a partir de um recorte do acervo do MARGS, apresentar obras que contenham esse caráter dúbio: pinturas que beiram o tridimensional ou esculturas pensadas pictoricamente. Quais as relações que podem ser estabelecidas entre o caráter formal desses não-objetos e sua significação dentro do espaço da galeria? Busquemos ação, pois a mera contemplação não basta para revelar o sentido da obra.

 

SERVIÇO

Título: Obra Desintegrada

Artistas diversos

Curadoria: Mélodi Ferrari

Abertura: 4 de dezembro, às 19h

Visitação: 5 de dezembro a 7 de abril de 2019

Local: Galeria Aldo Locatelli

Entrada Franca

 

 

 

Patrocínio

Banrisul

BRDE

Sulgás

 

Apoio

Café do MARGS

Arteplantas

Celulose Riograndense

Oliveira Construções

AAMARGS

 

Realização

Museu de Arte do Rio Grande do Sul

Localização: Praça da Alfândega, s./n.

Centro Histórico, Porto Alegre, RS

Telefone: 32272311

Entrada Franca

Site: www.margs.rs.gov.br

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Apoio e Realização