Acervo em movimento na 13ª Bienal do Mercosul — Setembro a novembro de 2022

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul – MARGS, instituição vinculada à Secretaria de Estado da Cultura do RS – Sedac, inaugura versão renovada e inédita da exposição de longa duração “Acervo em movimento”.

Em sua nova versão, o programa expositivo permanente do Museu voltado à exibição pública de sua coleção, mediante uma exposição com rotatividade de obras, integra a 13ª Bienal do Mercosul sob curadoria de Marcello Dantas, curador desta edição do tradicional evento artístico de Porto Alegre, que ocorre de 16.09 a 20.11.2022.

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ACERVO EM MOVIMENTO (setembro-novembro 2022)

LISTA DE ARTISTAS

Antonio Henrique Amaral

Camila Sposati

Daniel Senise

David Manzur

Ênio Pinalli

Evgen Bavgar

Fayga Ostrower

Fernando Baril

Francisco Stockinger

Gastão Hofstetter

Gisela Waetge

Iole de Freitas

Karin Lambrecht

Mara Weinreb

Milton Kurtz

Noélia de Paula

Tunga

Yeddo Titze

 

O PROGRAMA “ACERVO EM MOVIMENTO”

“Acervo em Movimento” é um programa expositivo dedicado à exibição pública do acervo do MARGS e suas mais de 5 mil obras de arte.

O projeto, que marcou a estreia da atual gestão em 2019, opera com um modelo expositivo de rotatividade das obras expostas, mediante um processo curatorial transversal e compartilhado entre as equipes. Obras entram e saem da exposição com o objetivo de manter uma renovação frequente e constante do conjunto em exibição.

Assim, “Acervo em movimento” pergunta ao visitante: quais relações podem ser feitas entre objetos de diferentes origens, períodos e linguagens? O convite é que o público constitua os seus caminhos interpretativos, estabelecendo os seus próprios encontros, relações e conexões.

Nas palavras do diretor-curador do MARGS, Francisco Dalcol:

“Com a estratégia de rotatividade das obras expostas, as substituições geram recombinações que procuram propor novos diálogos e chaves de compreensão, oferecendo ao público uma exposição sempre viva e dinâmica, que aposta na experiência mais do que nos discursos, e na descoberta mais do que nas verdades. Nesta nova versão, a novidade, além do tema em si da cidade de Porto Alegre, é que estamos trazendo algumas obras que estiveram presentes em meses recentes em outras exposições do Museu, e que agora são apresentadas novamente, porém em novos contextos propostos quanto a relações visuais, conceituais, históricas e discursivas.”

Como um dos programas expositivos implementados pela atual gestão já em seu início em 2019, “Acervo em movimento” é um projeto de caráter permanente que integra uma política institucional de exibição do acervo do MARGS instituída com o objetivo de explorar estratégias de sua abordagem por meio de processos curatoriais voltados à experimentação de modelos expositivos.

A exposição de longa duração com rotatividade de obras do Acervo do MARGS ocupa 3 espaços expositivos de modo permanente no 2º andar do Museu: a galeria João Fahrion e as salas Pedro Weingärtner e Angelo Guido.

 

 

“Acervo em movimento” na 13ª Bienal: Trauma, Sonho e Fuda

Por Marcello Dantas
Curador-geral da 13ª Bienal do Mercosul

“A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mas só pode ser vivida olhando-se para a frente.”

Soren Kierkegard

Propor um tema para relacionar obras recentes e que representam a face e o espírito do nosso tempo é ter a certeza de que algo novo surge no ar. Ao mesmo tempo, o trauma, como uma das grandes forças motrizes da arte, deixa suas cicatrizes por todos os lados e nos oferece pistas sobre um outro tempo que não apenas o presente.

Ao revisitarmos as obras da coleção do MARGS, é possível enxergar imagens destes momentos de impacto e ruptura, e que em algum momento deram início a processos de transformação. São pistas sobre o caminho que traçamos até chegarmos aqui e as origens da equação que tentaremos resolver na Bienal.

 

 

“Acervo em movimento” na 13ª Bienal: uma colaboração conceitual

Por Francisco Dalcol
Diretor-curador do MARGS
Doutor em Teoria, Crítica e História da Arte

Nesta 13ª Bienal do Mercosul, “Acervo em movimento”, o programa expositivo do Museu de Arte do Rio Grande do Sul — MARGS voltado à exibição pública do seu acervo, integra-se às exposições do grande evento artístico que o Museu tradicionalmente recebe e apresenta desde sua primeira edição.

O Acervo Artístico do MARGS guarda mais de 5.500 obras de arte do século 19 à atualidade, de artistas brasileiros e estrangeiros. Abrange, assim, desde produções regidas pelos modelos acadêmicos europeus, passando pelas rupturas das manifestações dos modernismos em diferentes geografias, até chegar à pluralidade dos desdobramentos operados pelas práticas artísticas contemporâneas. 

Acervo em movimento” é um programa expositivo concebido para trazer a público esse rico e diversificado acervo, por meio de uma exposição de longa duração que se vale da estratégia de rotatividade do que está exposto. 

Assim, obras entram e saem da exposição com o objetivo de manter uma renovação frequente e constante do conjunto em exibição.

As alterações se dão segundo escolhas propostas pela curadoria do Museu e em colaboração com as equipes, que exercitam de modo compartilhado e transversal um mesmo método de organização de uma mostra dedicada a exibir o acervo.

Para que o público acompanhe a dinâmica de substituições das obras, bem como as configurações assumidas pela exposição em suas diferentes fases e momentos, a data de entrada de cada trabalho consta informada em sua etiqueta.

Fundamentado por noções de dispositivo, montagem e display, o modelo de exposição recombinante adotado por Acervo em movimento” lança mão de um processo curatorial de caráter experimental. 

Cada mudança — em parte ou no todo da mostra — opera o que passamos a denominar como nova virada da exposição”, sendo sempre concebida como uma resposta à configuração anterior, e por vezes até às outras exposições ora em exibição, estabelecendo diálogos com as demais salas e galerias do Museu. 

Com a estratégia de rotatividade das obras expostas, as substituições geram recombinações que procuram propor novos diálogos e chaves de compreensão, oferecendo ao público uma exposição sempre viva e dinâmica, que aposta na experiência mais do que nos discursos, e na descoberta mais do que nas verdades. 

O interesse é sondar as provisórias relações de vizinhança estabelecidas entre as obras, assim como as tensões das partes com o todo, propondo desdobramentos que intensificam e multiplicam as formas de ver, sentir e reagir. 

Parte-se do entendimento de que obras de arte não falam” apenas por si mesmas, uma vez que seus sentidos são também efeito do que podem produzir no interior dos territórios narrativos e discursivos que uma exposição é capaz de colocar em causa. Assim, esta exposição pergunta ao visitante: quais relações podem ser feitas entre objetos de diferentes origens, períodos e linguagens? 

O convite é que o público constitua os seus caminhos interpretativos, estabelecendo os seus próprios encontros, relações e conexões, os quais sempre envolvem o que já sabemos, a expectativa do que ainda não vislumbramos e o estranhamento transformador da experiência inesperada e arrebatadora. 

Ao abrir mão de roteiros predeterminados por categorias e convenções como técnica e estilo, assim como por recortes geográficos e geracionais de procedência e pertencimento, Acervo em movimento” se alinha às discussões que reavaliam o processo histórico da modernidade artística e sua noção de desenvolvimento linear, cronológico, evolutivo e sucessivo.

Assim, procura-se oferecer um exame crítico de hierarquias, assimetrias e leituras consensuais que reiterariam a construção de um cânone entre as obras do acervo do MARGS, cujo caráter excludente é aqui reavaliado à luz das questões contemporâneas, em favor da exigência de maior compromisso com pluralidade, diversidade, inclusão, representatividade e equidade.

Em sua proposição, Acervo em movimento” busca mobilizar questões prementes que orientam a visão curatorial e linha de atuação da direção artística do MARGS, como a necessidade de se descolonizar narrativas eurocêntricas, dessacralizar a retórica autoritária dos discursos canônicos, tensionar hierarquias preestabelecidas que reiteram os relatos dominantes, e explicitar as presenças e ausências em acervos e exposições. 

Como programa expositivo que marcou a estreia da gestão 2019-2022 do MARGS, Acervo em movimento” é um projeto de caráter permanente que integra uma política institucional de exibição do acervo do Museu instituída com o objetivo de explorar estratégias de sua abordagem por meio de processos curatoriais voltados à experimentação de modelos expositivos.

Para a 13ª Bienal do Mercosul, evento que o MARGS abriga desde sua primeira edição, propusemos ao curador Marcelo Dantas que “Acervo em movimento” se integrasse à sua curadoria, como parte da ocupação da grande exposição no Museu. 

Dantas prontamente acolheu a proposta — que de nossa parte se fundamenta pela intenção de estabelecer uma colaboração também conceitual entre as instituições —, dedicando assim um generoso e especial olhar curatorial ao acervo do MARGS para uma seleção de obras que se relacionasse à sua curadoria para a Bienal.

Com isso, assumiu a condução de uma virada da nossa exposição de longa duração, escolhendo obras do Acervo do MARGS em convergência ao viés temático e conceitual de sua curadoria. 

Ao tornarmos “Acervo em movimento” parte integrante da 13ª Bienal do Mercosul, temos o privilégio de um especial olhar curatorial externo dirigido à coleção do Museu, oportunizando que um recorte desse acervo venha a público para ser apreciado no contexto deste importante e fundamental evento para o campo das artes visuais desde o sul do Brasil.

SERVIÇO

“Acervo em movimento”

Nova versão da exposição de longa duração com rotatividade de obras do acervo do MARGS integra a 13ª Bienal do Mercosul, sob curadoria de Marcello Dantas.

Quando: 16.09.2022 a 20.11.2022

Onde: 2º andar do MARGS (galeria João Fahrion)

Visitação: o período de visitação das exposições no MARGS durante a Bienal é de terça-feira a domingo, das 9h às 19h (último acesso 18h), sempre com entrada gratuita.

 

MARGS | MUSEU DE ARTE DO RIO GRANDE DO SUL 

Instituição museológica pública, vinculada à Secretaria de Estado da Cultura do RS, voltada à história da arte e à memória artística, assim como às manifestações, linguagens, investigações, pesquisas e produções em artes visuais.

O MARGS realiza seus projetos por meio do Plano Anual via Lei de Incentivo à Cultura Federal, gerido pela Associação de Amigos do Museu (AAMARGS). O Plano Anual 2021 (Pronac: 203582) conta com os seguintes patrocinadores e apoiadores.

Patrocínio:

Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE

CMPC Celulose Riograndense Ltda

Vero Banrisul

Sulgás

Gerdau

Apoio:

Café do MARGS

Banca do Livro

Bistrô do MARGS

Arteplantas

Tintas Killing

iSend

Realização:

AAMARGS – Associação dos Amigos do Museu de Arte do Rio Grande do Sul 

MARGS – Museu de Arte do Rio Grande do Sul 

SEDAC – Secretaria de Estado da Cultura do RS / Governo do Estado do Rio Grande do Sul

Secretaria Especial da Cultura / Ministério do Turismo / Governo Federal

MARGS

Praça da Alfândega, s/n°

Centro Histórico, Porto Alegre, RS, 90010-150

Visitação de terça a domingo, 10h às 19h, entrada gratuita

Telefone: (51) 3227-2311

Site: www.margs.rs.gov.br

Facebook: https://www.facebook.com/museumargs

Instagram: www.instagram.com/museumargs

Apoio e Realização