Giselle Beiguelman – NATUREZAS DESVIANTES

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul — MARGS, instituição da Secretaria da Cultura — Sedac, apresenta a exposição “Giselle Beiguelman – NATUREZAS DESVIANTES”. A abertura será no dia 13.09.2025, às 10h30. A mostra segue em exibição até 30.11.

Giselle Beiguelman – NATUREZAS DESVIANTES” tem lugar nas 3 Pinacotecas do MARGS, ocupando-as com plantas vivas, espécies fictícias e imagens criadas por inteligência artificial (IA), a partir da pesquisa com que a artista investiga como o preconceito se infiltra na linguagem científica, desmontando pactos invisíveis da sociedade e questionando o impacto ambiental das tecnologias digitais.

Com curadoria de Eder Chiodetto, a exposição reúne instalações, vídeos e experiências participativas, como um ponto de coleta de lixo eletrônico que se incorpora à obra “Beleza corrosiva”. O projeto conta ainda com a participação do artista gaúcho Leo Caobelli, que cria paisagens, poemas e narrativas visuais a partir do material recolhido.

NATUREZAS DESVIANTES” apresenta, de forma inédita e integrada, três trabalhos de Beiguelman já exibidos anteriormente em importantes instituições e eventos. “Botannica Tirannica” estreou no Museu Judaico de São Paulo (2022), seguindo para a Bienal de Karachi, no Paquistão (2022), o Museu Sartorio, em Trieste, na Itália (2023), e o Koffler Arts, em Toronto, Canadá (2024), além de outras cidades brasileiras. Já “Venenosas, Nocivas e Suspeitas” estreou na FIESP, em São Paulo (2025), e “Beleza Corrosiva“, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de São Paulo (2025).

As três instalações são agora reunidas em uma mostra concebida para as pinacotecas principais do MARGS, com um projeto pensado para dialogar entre si e ocupar de maneira articulada os espaços expositivos do Museu, ampliando suas camadas de sentido e conexão com o público.

Referência internacional na pesquisa crítica das expressões e tecnologias digitais, Beiguelman destaca o simbolismo de ocupar o MARGS logo após a enchente histórica de 2024. “Preencher este lugar com plantas vivas e fictícias, num momento tão especial de sua recuperação, reforça as pautas de ‘NATUREZAS DESVIANTES’ e dá à exposição um sentido de urgência política e de esperança”, afirma.

Chiodetto vê na produção da artista “uma das mais potentes manifestações da arte contemporânea brasileira, capaz de partir do encanto pela flora para expor conteúdos racistas, misóginos e coloniais naturalizados no cotidiano”. Segundo o curador, “a obra de Giselle Beiguelman, que desponta de forma pioneira no fim dos anos 1990, vem se reinventando continuamente no entrecruzamento entre tecnologia, cultura digital e estética crítica, configurando-se como uma das mais originais e potentes manifestações da arte contemporânea brasileira. Mais do que experimentar as máquinas no processo criativo, Beiguelman passou a problematizar suas linguagens e a desvelar, de maneira incisiva, as estruturas obscuras de poder, bem como os jogos hierárquicos e perversos que atravessam a história da humanidade. Como se observa nos três projetos realizados nos últimos cinco anos, reunidos na mostra ‘NATUREZAS DESVIANTES’, sua obra-manifesto incorpora poéticas e sutilezas inesperadas, capazes de provocar altos níveis de interação e encantamento no público”. 

Saiba mais

Entre as obras, “Botannica Tirannica” investiga nomes de plantas carregados de estigmas, como Maria-sem-vergonha, Catinga-de-mulata, Olho-de-mouro e Judeu-errante, e os reinventa com IA, criando um “Jardim da resiliência”. “Venenosas, Nocivas e Suspeitas” resgata plantas proibidas e apagadas pelo processo “civilizador” colonial, e conta suas memórias por meio da estética de mulheres apagadas da história da arte e da ciência. Por fim, “Beleza corrosiva” projeta futuros distópicos e discute o impacto ambiental das tecnologias, por meio de um vídeo inteiramente criado com IA e um processo colaborativo de doação de lixo eletrônico.

NATUREZAS DESVIANTES” articula arte, ciência e ativismo, transformando o MARGS em um espaço de reflexão crítica, que revela disputas simbólicas e o reencantamento do mundo. No contexto do Museu, a exposição integra o programa expositivo “Poéticas do agora”, voltado a artistas com produção atual cujas pesquisas recentes em poéticas visuais têm se mostrado relevantes no campo artístico contemporâneo, ao investirem na pesquisa e na experimentação de linguagem, bem como na transdisciplinaridade dos meios e procedimentos. 

Apresentada por Ministério da Cultura e Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), “NATUREZAS DESVIANTES” conta com financiamento PNAB RS – Edital Memória e Patrimônio 31/2024 da Sedac e apoio institucional do Museu Judaico de São Paulo.

 

TEXTO INSTITUCIONAL

O MARGS tem o prazer de apresentar “NATUREZAS DESVIANTES”, exposição que a artista Giselle Beiguelman, referência nas interseções entre arte e tecnologia da produção brasileira contemporânea, concebeu especialmente para as nossas Pinacotecas, o espaço expositivo mais amplo e nobre do Museu.

O projeto faz do MARGS um ponto de culminância — e também de adensamento e aprofundamento — de importantes trabalhos que integram a pesquisa em anos recentes de Beiguelman. Isso por interligar, de forma inédita até aqui, três exposições da artista que desde 2022 já foram apresentadas em importantes instituições, museus e eventos, no Brasil e também no exterior.

Uma delas é “Botannica tirannica”, que estreou no Museu Judaico de São Paulo e vem circulando pelo mundo, já tendo passado pela Bienal de Karachi (Paquistão), pelo Museu Sartorio (Trieste, Itália), e pelo Koffler Arts (Toronto, Canadá), além de cidades brasileiras. Já “Venenosas, nocivas e suspeitas” estreou em 2024 na FIESP, em São Paulo, e a instalação “Beleza corrosiva”, em 2025, no CCBB São Paulo.

Agora integradas em diálogo por Beiguelman, em um mesmo projeto expositivo para o MARGS, “NATUREZAS DESVIANTES” coloca em evidência em nossa programação a vertente da produção artística que se vale em sua abordagem da tecnologia e da pesquisa transdisciplinar. E o faz trazendo em seu enfoque a intensificação contemporânea dos debates em torno da inteligência artificial (IA), explorando as suas reverberações no campo da criação artística e das poéticas visuais.

À abordagem artística que envolve a ciência e a tecnologia, soma-se a perspectiva crítica de Beiguelman, cuja prática e reflexão são profundamente informadas por temas e discussões atuais, como as questões de reconsideração histórica envolvendo colonialismo, patriarcado, misoginia e racismo.

Por tudo isso, a exposição “NATUREZAS DESVIANTES” integra no MARGS o programa expositivo “Poéticas do agora”, voltado a artistas com produção atual cujas pesquisas recentes em poéticas visuais têm se mostrado relevantes no campo artístico contemporâneo, ao investirem na pesquisa e na experimentação de linguagem, bem como na transdisciplinaridade dos meios, operações e procedimentos.

O MARGS e a Secretaria de Estado da Cultura agradecem à artista Giselle Beiguelman e ao curador Eder Chiodetto pela oportunidade, além da produção de Giuliana Neuman, Nonô Joris e Gabriela Franco, da arquitetura expositiva de Edu Saorin e Helena Cavalheiro, do projeto gráfico de Maria Cau Levy, do paisagismo de Bruno Araújo, do artista convidado Leo Caobelli e do envolvimento de Ricardo Rabeno e Duda Groisman.

Por fim, agradecemos ao Museu Judaico de São Paulo pelo apoio, interlocução e colaboração institucional.

Francisco Dalcol

Diretor-curador MARGS
Doutor em Teoria, Crítica e História da Arte

 

TEXTO CURATORIAL

Construída de forma pioneira e original a partir do encontro entre arte, mídias digitais e sistemas de informação, a obra da artista e pesquisadora Giselle Beiguelman tornou-se referência na arte contemporânea pelo uso experimental da tecnologia como ferramenta crítica, política e poética.

Hierarquias de poder, disputas simbólicas e sociais são desveladas em seus projetos de forma tão perspicaz quanto inesperada. Soma-se a isso contrapontos poéticos capazes de gestar novas perspectivas para a nossa relação tanto com o
passado histórico quanto com nossa sobrevivência num futuro de contornos distópicos.

“Giselle Beiguelman – NATUREZAS DESVIANTES” reúne, pela primeira vez e a convite do MARGS, três dos principais projetos realizados pela artista nos últimos cinco anos: “Bottanica tirannica”, “Venenosas, nocivas e suspeitas” e “Beleza corrosiva”. Em comum, as três instalações são construídas, em grande parte, pela negociação da artista com as plataformas de inteligência artificial (IA). Todas, de diferentes formas, especulam sobre o protagonismo das plantas em meio às contradições e distorções da cultura e da ciência.

Os projetos apresentados investigam impactos sociais, apagamentos ideologicamente direcionados e o controle e a vigilância operados pelos sistemas digitais de informação. Ao aliar experimentação artística e um vasto universo de dados coletados a partir de pesquisas no campo da etnobotânica e da história, Giselle revela, de forma surpreendente, como a memória coletiva é construída e manipulada.

A partir da averiguação, a artista vislumbra sinais de resistência ao criar retratos de heroínas botânicas apagadas da história e um jardim decolonial, de onde brotam plantas livres de estigmas e preconceitos. Para isso, Giselle precisou “treinar” a máquina, driblando com esforço o etarismo, o racismo e a misoginia prevalentes nas plataformas de IA – que, afinal, espelham a sociedade que as criou.

“Giselle Beiguelman – NATUREZAS DESVIANTES” é um manifesto em prol da pulsão de vida, da convivência entre espécies distintas e da comunhão entre seres humanos e não humanos, tecnologia e natureza. Que esta mostra aconteça neste momento no Margs, instituição que renasce após submergir na trágica inundação de 2024, é altamente simbólico. Que possamos, juntos, fazer florescer hipóteses de um futuro em que vigore o equilíbrio, sem prejuízo das dissonâncias.

Eder Chiodetto
Curador da exposição

SERVIÇO

Exposição “Giselle Beiguelman – NATUREZAS DESVIANTES”

Onde: Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) – Praça da Alfândega, s/nº, Centro Histórico, Porto Alegre
Abertura: abertura 13.09.2025, às 10h30
Visitação: até 30.11.2025, de terça a domingo, das 10h às 19h (último acesso às 18h), gratuito

Mais informações sobre a programação educativa, de debates e workshops estão disponíveis na página da exposição no Instagram. 

 

 

 

MARGS | MUSEU DE ARTE DO RIO GRANDE DO SUL 

Instituição museológica pública, da Secretaria de Estado da Cultura do RS, voltada à história da arte e à memória artística, assim como às manifestações, linguagens, investigações, pesquisas e produções em artes visuais. O MARGS realiza seus projetos por meio de patrocínios como pela Lei de Incentivo à Cultura Federal.  O plano de recuperação do Museu conta com o PLANO BIANUAL MARGS 2025-2026, gerido pela Associação de Amigos do Museu (AAMARGS) e identificado pelo PRONAC: 247296.

Patrocínio direto:

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Patrocínio:

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Apoio:

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Café do MARGS

Banca do Livro

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Realização:

AAMARGS – Associação dos Amigos do Museu de Arte do Rio Grande do Sul

MARGS – Museu de Arte do Rio Grande do Sul

SEDAC – Secretaria de Estado da Cultura do RS / Governo do Estado do Rio Grande do Sul

MINC – Ministério da Cultura

MARGS

Praça da Alfândega, s/n°

Centro Histórico, Porto Alegre/RS, Brasil, CEP 90010-150

Visitação de terça a domingo, 10h às 19h (último acesso 18h), entrada gratuita

Telefone: +55 (51) 3286-2597

Site: www.margs.rs.gov.br

Facebook: https://www.facebook.com/museumargs

Instagram: www.instagram.com/museumargs

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