MARGS convida o público para visitas dialogadas com artistas que apresentam mostras individuais no museu

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) promove no mês de fevereiro um encontro com os artistas que integram a atual programação de exposições do museu apresentando mostras individuais.

No evento, que ocorre na próxima terça-feira (18.02.2020), Túlio Pinto (16h), Bruno Borne (17h) e Mariza Carpes (18h) receberão o público para uma sequência de visitas dialogadas.

A ideia é promover um momento de encontro e conversa com os artistas, a partir dos seus processos criativos e dos trabalhos artísticos apresentados nas três exposições: “Túlio Pinto – Momentum”, “Bruno Borne – Ponto vernal” e “Mariza Carpes – Digo de onde venho”

Inauguradas em dezembro, as três mostras seguem em exibição até março, quando os espaços expositivos do museu darão lugar aos preparativos para a 12ª Bienal do Mercosul, cuja abertura está prevista para o mês de abril.

O MARGS funciona de terças a domingos, das 10h às 19h, sempre com entrada gratuita. Visitas mediadas a grupos podem ser agendadas no e-mail educativo@margs.rs.gov.br.

 

 

Sobre as exposições

“Túlio Pinto — Momentum”

Curadoria Francisco Dalcol

Pinacotecas

14.12.2019 a 22.03.2020

Nas Pinacotecas do museu, tem lugar a individual “Túlio Pinto — Momentum”, reunindo um conjunto de esculturas, objetos e instalações realizadas nesta década, incluindo alguns trabalhos inéditos. O projeto tem curadoria do diretor-curador do MARGS, Francisco Dalcol, que desenvolveu com o artista uma exposição concebida para proporcionar ao público uma profunda e intensa experiência a partir de uma ampla exposição de caráter escultórico e instalativo, destacando um conjunto de obras de grande porte e dimensões.

Para receber a proposição do artista, concebida especialmente para o espaço expositivo mais amplo e nobre do museu, as Pinacotecas passaram por uma grande e impactante transformação visual: o piso das 3 galerias será totalmente revestido por uma cobertura acarpetada, com o objetivo de anular as cores e os motivos decorativos dos ladrilhos, transformando o espaço em um grande “cubo branco” que privilegia a visualidade e a presença dos objetos escultóricos que ali estarão instalados.

Com formação pelo Instituto de Artes da UFRGS e pelo Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, cidade onde vive e desde onde atua, Túlio Pinto (1974) foi um dos criadores e integrantes do Atelier Subterrânea (ativo entre 2006 e 2015).

Sua produção é marcada pelo uso de materiais como metal, pedra e vidro; os quais são mobilizados e articulados pelo artista em arranjos, mecanismos, composições e sistemas matérico-objetuais que lidam com pesos, forças, equilíbrios, tensões e os seus limites. São pedras, vigas de aço, lâminas e bolhas de vidro, cubos e estruturas de metal; os quais se sustentam e se acoplam por cabos, roldanas, barras, vigas, pedras pendulares e porções de areia, entre outros.

Desse procedimento, resultam esculturas, objetos e instalações que exploram as potencialidades físicas e visuais dos materiais e das formas que assumem.

Tendo nos últimos anos cruzado continentes, circulando por diversos países com exposições em instituições, museus, galerias, feiras, eventos e programas de residência — em 2019, o ponto alto foi uma mostra sua em Veneza durante a Bienal —, Túlio Pinto não apresentava uma individual em Porto Alegre desde 2013.

Nesse sentido, a mostra “Momentum” chega justamente para pontuar e celebrar o momento de adensamento da produção e de maturidade da trajetória do artista, sobretudo pelo alcance de sua atuação nos últimos anos, ao mesmo tempo marcando sua primeira exposição individual no MARGS.

Em sequência à mostra apresentada nas mesmas Pinacotecas em homenagem ao centenário de Francisco Stockinger, um artista notadamente vinculado ao ideário da arte moderna, “Túlio Pinto — Momentum” oferecerá agora uma circunstância para se pensar e experenciar os desdobramentos operados pelas pesquisas contemporâneas das linguagens escultóricas, em um campo já expandido de possibilidades, e no qual a abordagem da tridimensionalidade e da espacialidade se aprofunda pelo pensamento e práticas do artista, que exploram uma intensificada fundamentação conceitual, visual e poética.

 

“Bruno Borne — Ponto vernal”

Curadoria Ío

Salas Negras

14.12.2019 a 22.03.2020

Nas Salas Negras, o MARGS apresenta “Bruno Borne — Ponto vernal”, que consiste em duas videoinstalações concebidas especialmente para este espaço. A curadoria é do duo Ío, formado pelos artistas e pesquisadores Laura Cattani e Munir Klamt, este também integrante do Comitê de Curadoria do MARGS.

Graduado em Artes Visuais e Arquitetura e Urbanismo, e atualmente doutorando em Poéticas Visuais (PPGAV-UFRGS), Bruno Borne (1979) produz obras relacionando o ambiente de exposição, a arquitetura, a obra e o espectador através de projeções e imagens em computação gráfica. Em sua pesquisa, trata de conceitos como o tempo e o espaço, utilizando luz, som, reflexos, espelhamentos e multiplicação de espaços e formas arquitetônicas. Assim, procura discutir questões relativas ao espaço e à virtualidade, utilizando meios tecnológicos e digitais para propor a criação de ambientes virtuais através da articulação entre arquitetura, registro fotográfico e as especificidades do local. Como técnica, desenvolve imagens por meio de simulações de computação gráfica apresentadas em videoinstalações ou impressões digitais. Utiliza como suporte espelhos, objetos escultóricos em marcenaria, acrílicos e tecidos.

Para as Salas Negras, o artista concebeu um projeto especialmente para as características e especificidades deste espaço, composto por duas obras que operam com vídeo, som e computação gráfica. Assim, o ambiente expositivo é ocupado por uma videoinstalação que lida com luz, imagens e sons, convidando o público a uma experiência visual, espacial e sensorial.

Tomado como título da exposição e como fundamentação conceitual dos trabalhos, “Ponto vernal” se relaciona ao período da exposição, que se dará entre o solstício e o equinócio. Em astronomia, o ponto vernal é o ponto da esfera celeste determinado pela posição do sol, quando este, movendo-se pela eclíptica, cruza o equador celeste, determinando o equinócio de primavera para o hemisfério norte e o de outono para o hemisfério sul.

Desse modo, entre dezembro e março, o artista executará alterações no trabalho, que resultarão em novas e distintas experiências visuais, espaciais e sensoriais.

Um dos trabalhos, “Perihelion #1”, parte da ideia do movimento de transição entre o solstício e o equinócio terrestre. Um feixe de luz em forma de elipse se expande e se contrai em ciclos de 1 minuto marcados pelo soar de um sino. Ao longo dos 90 dias de exposição (período de transição entre o solstício e equinócio), essa forma luminosa projetada irá se transformar de uma elipse para um círculo. Para sua realização, foi desenvolvido um sistema de computação gráfica que transforma uma imagem captada em tempo real do céu. Esta luz é processada e projetada dentro do ambiente de exposição em um espelho metálico convexo que reflete e ilumina a sala negra, alternando momentos de escuridão e claridade.

O outro trabalho, “Aurora #2”, consiste em uma linha de metal espelhado, colocada na altura média do observador (165 cm) sobre a parede de projeção. O vídeo tem 2 minutos de duração e é composto de uma animação digital em que uma forma cilíndrica gira lentamente sobre esta linha metálica horizontal, registrando uma porção de céu limpo de nuvens e objetos captando as variações de cor e luminosidade desde o nascer do sol (a aurora) até o poente por meio de um registro em time-lapse processado digitalmente. Durante este ciclo, o som do ambiente apresenta ruídos naturais como o vento, movimentos de folhas e árvores e o cantar de pássaros.

“Bruno Borne — Ponto vernal” dá início nas Salas Negras a um ciclo de exposições intitulado “Poéticas do agora”, dedicado a artistas atuais cuja produção e pesquisas recentes em poéticas visuais têm se mostrado promissora e relevante no campo artístico contemporâneo. Não se trata de algo novo ou estranho na história do museu, a considerar o Espaço Investigação que o MARGS manteve nos anos 1980, sempre lembrado por ter sido responsável pela projeção de muitos artistas então jovens, e que hoje figuram como grandes nomes da nossa arte.

Assim como nesta mostra de Bruno Borne, as próximas exposições do ciclo privilegiarão projetos propostos e concebidos especialmente para as Salas Negras. O objetivo é valorizar produções em poéticas visuais artísticas que investem na pesquisa de linguagem, e que exploram a experimentação e a transdisciplinaridade dos meios, operações e procedimentos.

 

 

“Mariza Carpes — Digo de onde venho”

Curadoria Paula Ramos

Galerias João Fahrion, Angelo Guido e Pedro Weingärtner

17.12.2019 a 15.03.2020

O MARGS tem investido em uma política de exposições que procura estar a par de discussões e problemáticas prementes a serem enfrentadas pelas instituições museológicas e artísticas, sobretudo por aquelas que se orientam pela busca de relevância e atualidade. Nesse compromisso, está a reivindicação histórica e reparatória por uma maior visibilidade, representatividade e legitimação das artistas mulheres. Trata-se de um empenho que ganhou evidência no MARGS neste primeiro ano da atual gestão, resultando em um conjunto de exposições monográficas de artistas mulheres apresentadas em 2019.

“Mariza Carpes — Digo de onde venho”, que o MARGS recebe e apresenta, integra esse ciclo, reforçando o compromisso crítico assumido. Ao trazer a público um amplo conjunto de obras, a mostra não apenas consagra a produção da artista e professora, como confere maior visibilidade e legibilidade à sua consolidada trajetória.

Comemorando os 45 anos de produção de Mariza Carpes (1948), “Digo de onde venho” concentra-se na sua produção mais recente — desenhos, assemblages e vídeos produzidos entre 2015 e 2019 —, além de contemplar objetos e alguns trabalhos anteriores.

O título da exposição assevera, portanto, a consciência e a maturidade da artista e aponta um eixo fundamental de sua pesquisa plástica: o mergulho em sua própria história, nas lembranças e nos materiais que constituem seus afetos, recolhidos e decantados ao longo de anos, alguns ao longo de décadas. Ao mesmo tempo, o feminino, representado pela figura da mãe, da neta e dela mesma.

Ocupando a galeria João Fahrion e as salas Angelo Guido e Pedro Weingärtner, com a reunião de cerca de 60 obras, a mostra individual tem curadoria da historiadora e crítica de arte Paula Ramos. As obras são provenientes, majoritariamente, da coleção da própria artista, além de acervos públicos, a exemplo do MARGS, do Museu de Arte Contemporânea do Estado (MAC-RS), do Museu de Arte de Santa Maria (MASM), da Pinacoteca Barão de Santo Ângelo da UFRGS e da Pinacoteca Aldo Locatelli da Prefeitura de Porto Alegre.

No primeiro semestre de 2020, após o término da exposição, será lançado o livro homônimo, em edição bilíngue (português – inglês), contemplando obra e trajetória da artista.

Nascida em Santa Maria, Mariza Carpes fez sua formação na Universidade Federal de Santa Maria, diplomando-se em 1973, em Desenho e Plástica. Na mesma instituição foi, durante anos (1975–1987), professora das disciplinas de “Interiores e Paisagismo”. Dedicando-se ao Desenho, conquistou diversos prêmios regionais, nacionais e internacionais, em salões organizados ao longo dos anos 1970 e 1980. No final dos anos 1980, transferindo-se para Porto Alegre, passou a trabalhar no Instituto de Artes da UFRGS, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1987–1997), dedicando-se integralmente ao Desenho e ajudando a formar, pelo menos, uma geração de artistas; também dirigiu, na instituição, a Galeria da Pinacoteca Barão de Santo Ângelo. Em 1995, concluiu o Mestrado em Artes pela BallState University, em Muncie, Indiana, Estados Unidos.

 

 

 

SERVIÇO

Visita dialogada com artistas

Data: 18.02.2020 (terça-feira)

“Túlio Pinto – Momentum”, às 16h

“Bruno Borne – Ponto vernal”, às 17h

“Mariza Carpes – Digo de onde venho”, às 18h

Local: nos espaços expositivos das mostras

Entrada franca

 

Foto: Credito Anderson Astor

 

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MUSEU DE ARTE DO RIO GRANDE DO SUL – MARGS

 

 

Apoio

Café do MARGS

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