Reunido mais de 100 obras do acervo do museu e de coleções públicas e privadas, mostra com abertura dia 7/8 ocupa as três galerias das Pinacotecas, abordando as diferentes fases do artista reconhecido como um dos mais importantes representantes da escultura no Brasil.
Em agosto, o MARGS inaugura outras quatro exposições: uma individual e outra coletiva em homenagem a Cláudio Martins Costa, uma individual que resgata a obra de Otacílio Camilo e, por fim, a nova fase da coletiva “Acervo em Movimento”, que estreou a atual gestão.
Com estas 5 novas exposições, lançadas ao longo do mês de agosto, abre-se o ciclo expositivo do segundo semestre de 2019. Em destaque: a tradição da escultura moderna gaúcha, o resgate histórico de um artista negro pouco presente e abordado pela história da arte, e o prosseguimento de um projeto concebido para trazer a público as obras do acervo do museu.
Centenário de Stockinger
A programação se inicia na próxima quarta-feira (7/8), com a abertura (das 18h às 21h) de uma ampla e extensa exposição em homenagem ao centenário de nascimento de Francisco Stockinger (1919-2009). Ocupando as três galerias das Pinacotecas, o espaço mais nobre do museu, “Stockinger 100 anos” reúne mais de 100 obras, procedentes do acervo do MARGS e de coleções públicas e privadas.
A seleção aborda as diferentes fases do artista que, com seus “Guerreiros”, “Gabirus”, esculturas em pedra e figuras femininas, é reconhecido como um dos mais importantes representantes da escultura no Brasil, também aclamado ainda em vida como um dos mais consolidados referenciais da arte produzida no Rio Grande do Sul. A abertura da exposição se dá exatamente no dia de nascimento de Stockinger. Além do centenário de nascimento, o ano de 2019 também registra uma década de sua morte.
A curadoria de “Stockinger 100 anos” é de Francisco Dalcol, diretor-curador do MARGS, e Fernanda Medeiros, curadora-assistente.
Acervo em movimento
Também na quarta-feira (7/8), tem abertura a segunda e nova fase de “Acervo em movimento – um experimento de curadoria compartilhada entre as equipes do MARGS”, projeto curatorial concebido para trazer a público o acervo do museu. Iniciada em março, marcando o início da atual gestão, a mostra coletiva se vale de uma estratégia de rotatividade de obras e do modelo de curadoria compartilhada, em que obras entram e saem de exibição segundo escolhas propostas pelas equipes do museu, que conjuntamente e em revezamento exercitam um mesmo método de organização de uma mostra dedicada a exibir o acervo.
Depois de estrear nas Pinacotecas, “Acervo em movimento” passa a ocupar a Galeria Aldo Locatelli, a partir de agora em caráter permanente. A estratégia de rotatividade de obras prossegue, com entradas e substituições freqüentes com as quais se procura oferecer ao público uma exposição sempre viva e dinâmica baseada em obras do acervo do museu.
A mostra reinaugura com obras de Leopoldo Gotuzzo, Jacinto Moraes, Waldeny Elias, Emiliano Di Cavalcanti, Lasar Segall, Pedro Weingärtner, Iole de Freitas, Leonilson, Ado Malagoli, Mira Schendel, Milton Kurtz e Heloisa Schneiders da Silva.
Cláudio Martins Costa
A seguir, no sábado (10/8), às 11h, a tradição da escultura moderna gaúcha, a que Stockinger se filia, ganha ainda mais evidência com a abertura de duas exposições em homenagem ao também escultor Cláudio Martins Costa (1932-2008): a individual “Instantes de permanência” na Galeria Iberê Camargo, e a coletiva “ta-MONDUá” na Galeria Oscar Boeira, esta com a participação de artistas convidados em um diálogo com a obra de Cláudio Martins Costa. São eles Adolfo Bittencourt , Alberto Semeler, Felix Bressan Tetê Barachini e Thiago Trindade.
Com curadoria do artista e pesquisador Clóvis Martins Costa, filho de Cláudio, e da pesquisadora e artista Tetê Barachini, as duas exposições foram concebidas para serem apresentadas em simultaneidade e de modo complementar, conferindo o reconhecimento à extensa atuação do artista e professor com suas obras e também de artistas que foram seus alunos.
Otacílio Camilo
Já no sábado seguinte (17/8), às 11h, o MARGS inaugura uma mostra em homenagem a Otacílio Camilo (1959-1989). Apresentada nas Salas Negras, a exposição intitulada “Estética da rebeldia” procura oferecer um resgate do artista de vida breve e produção intensa nos anos 1980, e que faria 60 anos em 2019, quando também se registram os 30 anos de sua morte. Adepto do movimento anarco-punk, Otacílio Camilo é autor de uma produção com forte componente político e social. Por meio da ironia, suas obras tecem críticas ao conservadorismo da sociedade e do mundo da arte, ao sistema capitalista que relega parte da população a uma condição de extrema pobreza e à alienação política, estimulada, em grande parte, pelos meios de comunicação de massa.
Reunindo cerca de 50 obras do acervo do MARGS e de coleções públicas e particulares, a mostra dá início a um ciclo de exposições intitulado “Histórias Ausentes”, que institui no museu uma política de exposição que visa dar visibilidade a expressões artísticas e narrativas invisibilizadas pelos discursos hegemônicos da historiografia oficial, assim como a artistas cuja produção não foi legitimada pelo sistema das artes. “Otacílio Camilo – Estética da rebeldia” tem curadoria de Izis Abreu, integrante da equipe do MARGS, mestranda em Teoria, Crítica e História da Arte (IA/UFRGS) e autora de monografia de conclusão do curso de graduação de História da Arte (UFRGS) resultante de sua pesquisa sobre a vida e obra de Otacílio Camilo.