“Para além da Semana de Arte Moderna: revisões e inclusões”, com Daniela Kern | Centenário Semana de Arte Moderna de 1922

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Data / Hora
Date(s) - 17/02/2022
17:00 - 19:00

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“Para além da Semana de Arte Moderna: revisões e inclusões”

Com Daniela Pinheiro Machado Kern

17.02.2022, 17h

Nos últimos anos, temos podido acompanhar um importante movimento de revisão dos fundamentos dos modernismos nas artes do Brasil. Nessa historiografia que surge, conceitos são reconsiderados, obras reanalisadas, nomes relembrados. Ana Paula Simioni, Kleber Amancio, Rafael Cardoso, entre vários outros, são autores que colaboram com a transformação de nossa visão sobre a “arte moderna” no Brasil, apontando carências e lacunas, sociais, de gênero e raça, sobre as quais é preciso repensar. Propõe-se aqui seguir o fio dessa nova historiografia da arte brasileira, destacando algumas de suas principais contribuições para o campo.

Daniela Pinheiro Machado Kern é professora associada do PPGAV e do Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes da UFRGS. É líder do grupo de pesquisa CNPq Arte e Historiografia, e autora de Tradição em paralaxe: a novíssima arte contemporânea sul-brasileira e as “velhas tecnologias” (EdJuc, 2012). Traduziu para o português, entre outras obras, O sentido de ordem (Bookman, 2012), de E. H. Gombrich. Atualmente é vice-diretora do Instituto de Artes da UFRGS.

 

CENTENÁRIO SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922

A Secretaria de Estado da Cultura do RS (Sedac), por meio do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), Instituto Estadual de Artes Visuais (IEAVi) e Centro de Desenvolvimento de Expressão (CDE), realiza de 15 a 20 de fevereiro uma programação alusiva às comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922.

Serão trazidas a público palestras e oficinas, além de conteúdos nas redes sociais, que abordam o evento que se tornou o marco simbólico e histórico do modernismo no Brasil, considerado um divisor na história da cultura brasileira.

Com a perspectiva de oferecer resgates, revisões e leituras plurais sobre a Semana de 22, a programação apresentará 3 palestras com as pesquisadoras Regina Teixeira de BarrosDaniela Kern e Paula Ramos, respectivamente, nos dias 16, 17 e 18 de fevereiro (leia mais abaixo as sinopses). Sempre às 17h, os eventos serão transmitidos pela página do Facebook da Casa de Cultura Mario Quintana, sem necessidade de inscrição (https://web.facebook.com/CCMQportoalegre).

Por meio dos setores educativos do MARGS, MACRS, CDE, CCMQ e IEAVI, nos dias 15, 16 e 20 de fevereiro serão realizadas, respectivamente, as oficinas “O que cabe nas palavras?”“Leitura coletiva em voz alta de ‘Macunaíma’, de Mário de Andrade” e “Fora da caixa: retrato em dupla”  (leia mais abaixo as sinopses). Os eventos ocorrem na Sala de Oficinas do CDE, no 5º andar da Casa de Cultura Mario Quintana.

Por fim, o MARGS, por meio dos seus Núcleo Educativo e de Programa Público e do Núcleo de Comunicação e Design, publicará em suas redes sociais (Instagram e Facebook) conteúdos especiais sobre a Semana de Arte Moderna de 1922, a partir do dia 13.02.

 

SEMANA DE 22

Realizada entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, a Semana de Arte Moderna, também chamada de Semana de 22, incluiu exposição com cerca de 100 obras, aberta diariamente no saguão do teatro, e três sessões lítero-musicais noturnas.

Organizado por um grupo de intelectuais e artistas por ocasião do Centenário da Independência do Brasil, o evento declara o rompimento com o tradicionalismo cultural associado às correntes literárias e artísticas anteriores: o parnasianismo, o simbolismo e a arte acadêmica.

Assim, a principal função da Semana de 22 para a história da arte brasileira foi romper com o conservadorismo vigente no cenário cultural da época, assumindo um compromisso com a renovação estética, beneficiada pelo contato estreito com as vanguardas europeias (cubismo, futurismo, surrealismo etc.).

Tal esforço de redefinição da linguagem artística se articulou a um forte interesse pelas questões nacionais, que ganhou acento destacado a partir da década de 1930, quando os ideais de 1922 se difundiram e se normalizaram.

A Semana de Arte Moderna é um fenômeno eminentemente paulista, conectado ao crescimento de São Paulo na década de 1920, à industrialização, à migração maciça de estrangeiros e à urbanização.

Assim, ainda que o modernismo no Brasil deva ser pensado a partir de suas múltiplas manifestações e geografias — incluindo Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul etc. —, a Semana de 22 é um marco simbólico e histórico, considerado um divisor na história da cultura brasileira.

Participaram da Semana nomes consagrados do modernismo brasileiro, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Víctor Brecheret, Plínio Salgado, Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Sérgio Milliet, Heitor Villa-Lobos, Tácito de Almeida, Di Cavalcanti, Agenor Fernandes Barbosa entre outros, e como um dos organizadores o intelectual Rubens Borba de Moraes que, entretanto, por estar doente, dela não participou. Na ocasião da Semana de Arte Moderna, Tarsila do Amaral, considerada um dos grandes pilares do modernismo brasileiro, se encontrava em Paris e, por esse motivo, não participou do evento.

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