“Geração 80: a gente não quer só dinheiro” – Live com Felipe Caldas

Mapa não está disponível

Data / Hora
Date(s) - 20/07/2021
19:00 - 21:00

Categorias


Lia Menna Barreto

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), instituição vinculada à Secretaria de Estado da Cultura do RS (Sedac), apresenta na próxima terça-feira, 20.07.2021, às 19h, uma live com o artista, professor e pesquisador Felipe Caldas, com mediação do diretor-curador do MARGS, Francisco Dalcol.

Com o tema “Geração 80: a gente não quer só dinheiro”, a fala integra o Programa Público da exposição “Lia Menna Barreto: A boneca sou eu — Trabalhos 1985-2021”, atualmente em exibição no Museu, e será transmitida pelo canal do MARGS no YouTube (https://youtu.be/ZmTuANxgyS8), com tradução simultânea em Libras.

Os anos 1980 foram marcados por um conjunto de mudanças em diversos planos da vida, econômicos, sociais e culturais. Passamos a falar do retorno da pintura, da pós-modernidade, do neoliberalismo, dos mercados da arte, e do fim da história da arte. Nesse contexto, emerge uma geração de artistas no Brasil, denominada como “Geração 80”, no embalo da abertura política e das Diretas Já, fomentada pelo desejo de redemocratização e pela necessidade de gozo da vida, embalados pelo rock nacional e internacional.

Em sua fala, Felipe Caldas discorrerá sobre este tema a partir do contexto de Porto Alegre e suas questões, focando na estruturação do campo naquele momento. Lia Menna Barreto (1959) é uma das mais notáveis artistas entre a chamada Geração 80 no Rio Grande do Sul, e desde os anos 1990 nome destacado e com ampla inserção no circuito de arte contemporânea brasileira e mesmo internacional.

A exposição “Lia Menna Barreto: A boneca sou eu — Trabalhos 1985-2021”  apresenta dezenas de obras, que totalizam centenas de peças em exibição, traçando um panorama da trajetória de mais de 30 anos de uma produção pautada pela liberdade de trânsito e contaminações entre múltiplas linguagens e materiais, na intersecção entre arte, vida e cotidiano.

Com curadoria de Francisco Dalcol, diretor-curador do MARGS, e Fernanda Medeiros, curadora-assistente do Museu, esta é a maior mostra já realizada da artista e a primeira a reunir um conjunto de obras tão extenso e abrangente de sua carreira.

A ampla exposição, em exibição até 08.08.2021, ocupa todos os espaços expositivos do 1º andar do MARGS: as 3 galerias das Pinacotecas, as Salas Negras e a Sala Aldo Locatelli, além do foyer à entrada do Museu.

Leia mais sobre a exposição abaixo e no link:

https://www.margs.rs.gov.br/midia/lia-menna-barreto-a-boneca-sou-eu-trabalhos-1985-2021/

 

Felipe Caldas

Porto Alegre, 1986.  Artista, pesquisador e professor. Doutor em Artes Visuais pelo PPGAV-UFRGS com ênfase em História, Teoria e Crítica da Arte. Professor adjunto no Instituto de Letras e Artes da FURG. Se dedica em âmbito acadêmico a estudar as relações mercadológicas e de trabalho no campo da arte brasileira. Publicou, em 2014, o livro “Arte&Fato 30 anos” e, em 2021, “Vende-se Artista”. Atualmente integra o Comitê de Acervo e Curadoria do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MAC-RS), é membro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas (ANPAP) e desenvolve a pesquisa “Topografia das Sombras: A Economia da Arte em Circuitos Periféricos”.

 

SERVIÇO

“Geração 80: a gente não quer só dinheiro”

Live com Felipe Caldas, pelo Programa Público da exposição “Lia Menna Barreto: A boneca sou eu — Trabalhos 1985-2021”

Mediação Francisco Dalcol, diretor-curador do MARGS

Quando: 20.07.2021, às 19h

Onde: Canal do YouTube do MARGS: https://youtu.be/ZmTuANxgyS8

A exposição

“Lia Menna Barreto: A boneca sou eu — Trabalhos 1985-2021” traz a público objetos, esculturas, sedas, instalações, pinturas e desenhos realizados desde 1985, além de documentos e registros visuais que complementam e ampliam a experiência. Junto a obras do acervo do MARGS, a mostra conta com empréstimos da Fundação Vera Chaves Barcellos (FVCB), do Museu de Arte Contemporânea do RS (MAC-RS) e de coleções particulares.

Um dos destaques é um trabalho em site specific de grande escala e inédito (5 metros de altura por 11 de largura), composto por centenas de peças e objetos. Intitulado “Colar” e instalado na galeria central das Pinacotecas, foi realizado especialmente para a exposição.

Nas Salas Negras, é apresentado “Ratão” (1993), uma das obras mais emblemáticas do acervo do MARGS, junto a “Diário de uma boneca” (1998), conjunto de mais de 400 pequenas bonecas feitas em costura de trouxas de pano, restos de tecido e pedaços de outras bonecas. A primeira delas, a artista fez para a filha de então 3 anos; as demais foram surgindo uma a cada dia, sem que falhasse um dia sequer ao longo de mais de um ano, como um registro da condição da maternidade.

Já na Sala Aldo Locatelli, a série “Ordem noturna” (1996) ganha um resgate histórico com a exibição pela primeira vez de boa parte do conjunto das obras integrantes.

E no foyer à entrada do Museu, o público poderá conferir durante o período expositivo o processo de desenvolvimento do trabalho “Máquina de bordar” (1997), que consiste em um sistema de produção de bordado a partir do plantio e germinação de sementes de milho. Colocadas sobre tecido úmido, dentro de bandejas e sendo regadas, as sementes brotam com o passar dos dias, iniciando-se um bordado a partir das raízes. Semanas depois, com as plantas e raízes desenvolvidas, inicia-se o processo de secagem, e a parte bordada é retirada da bandeja e armazenada ao lado. E em seguida o processo recomeça, dando início a um novo bordado.

Como parte da exposição, o MARGS realizará um programa público com atividades envolvendo a mostra física e ações virtuais nos perfis do Museu nas redes sociais. A programação será divulgada em sequência.

Programa “História do MARGS como História das Exposições”

Esta exposição assinala um resgate e mesmo um reencontro da história do MARGS com a história da artista. Em 1985, recém-formada pelo Instituto de Artes da UFRGS e em pleno início de carreira, Lia teve teve a oportunidade de realizar no Museu a sua primeira individual. A exposição ocorreu pelo projeto “Espaço investigação”, que promoveu à época uma série de exposições de artistas jovens. Ao dar lugar no MARGS a pesquisas e propostas artísticas contemporâneas, o “Espaço investigação” é sempre lembrado por ter sido responsável pela projeção de muitos artistas então emergentes. Agora, passados 36 anos, Lia volta a apresentar uma individual no Museu.

Nesse sentido, “Lia Menna Barreto: A boneca sou eu — Trabalhos 1985-2021” integra o programa “História do MARGS como História das Exposições”. Seu objetivo é trabalhar a memória da instituição de uma maneira inovadora, abordando a história do museu, as obras e constituição de seu acervo e a trajetória e produção de artistas que nele expuseram, por meio de projetos curatoriais que revisitam, resgatam e reexaminam episódios, eventos e mostras emblemáticas do passado do MARGS, de modo a compreender sua inserção e recepção públicas.

Ao mesmo tempo, a realização desta exposição se insere no amplo programa da atual direção artística do MARGS que desde 2019 tem resultado em um conjunto de mostras dedicadas a artistas mulheres, somando-se assim às diversas monográficas já apresentadas e à coletiva “Gostem ou não — Artistas mulheres no acervo do MARGS” (2019-20).

A artista e sua produção

Lia Menna Barreto (1959) é uma das mais notáveis artistas entre a chamada Geração 80 no Rio Grande do Sul, tendo se tornado já desde os anos 1990 nome destacado e com ampla inserção no circuito de arte contemporânea brasileira e mesmo internacional.

Nascida no Rio de Janeiro e crescida em Porto Alegre, a artista vive radicada já há alguns anos em seu sítio-chácara em Eldorado do Sul (RS), onde mantém em realização suas atividades e produção artísticas.

O trabalho de Lia Menna Barreto ganhou reconhecimento e projeção nacional com esculturas, objetos e instalações em que desconstrói e reconstrói brinquedos infantis, bonecas de plástico, bichos de pelúcia e animais de borracha, a maior parte deles encontrados após paciente coleta em lojas populares no Centro de Porto Alegre, ao longo dos últimos 30 anos.

A operação básica e elementar da produção de Lia é se apropriar desses objetos cotidianos, seriais e industrializados, intervindo neles a partir de procedimentos nos quais os corta, secciona, desmonta e prensa a quente, seguindo-se a reconstrução do todo a partir da remontagem de suas partes.

Nas palavras do diretor-curador do MARGS, Francisco Dalcol:

“Há uma atração que conjuga fascínio e desconcerto no encontro com a produção de Lia Menna Barreto. Em um primeiro contato, suas obras são capazes de acionar sentidos díspares, despertando sensações que se alternam entre delicadeza e brutalidade, afeto e crueldade, ternura e perversidade, perplexidade e ironia. Partindo em grande parte da apropriação de brinquedos infantis, bonecas de plástico, bichos de pelúcia e animais de borracha, seus trabalhos operam no limite do tensionamento da quase violação dos universos lúdico, infantil e mesmo feminino.”

 

MARGS | MUSEU DE ARTE DO RIO GRANDE DO SUL

Instituição museológica pública, vinculada à Secretaria de Estado da Cultura do RS, voltada à história da arte e à memória artística, assim como às manifestações, linguagens, investigações, pesquisas e produções em artes visuais.

O MARGS realiza seus projetos por meio do Plano Anual via Lei de Incentivo à Cultura Federal, gerido pela Associação de Amigos do Museu (AAMARGS). O Plano Anual 2021 (Pronac: 203582) conta com os seguintes patrocinadores e apoiadores.

Patrocínio:

Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE

CMPC Celulose Riograndense Ltda

Vero Banrisul

Apoio:

Café do MARGS

Banca do Livro

Bistrô do MARGS

Arteplantas

Tintas Killing

iSend

Realização:

AAMARGS – Associação dos Amigos do Museu de Arte do Rio Grande do Sul

MARGS – Museu de Arte do Rio Grande do Sul

SEDAC – Secretaria de Estado da Cultura do RS / Governo do Estado do Rio Grande do Sul

Secretaria Especial da Cultura / Ministério do Turismo / Governo Federal

MARGS

Praça da Alfândega, s/n°

Centro Histórico, Porto Alegre, RS, 90010-150

Visitação de terça a domingo, 10h às 19h, entrada gratuita

Telefone: (51) 3227-2311

Site: www.margs.rs.gov.br

Facebook: https://www.facebook.com/museumargs

Instagram: www.instagram.com/museumargs

Comentários

comentários

Apoio e Realização